Boletim BIREME n°6: Número especial 50° aniversário

As redes de cooperação como estratégia de trabalho

A OPAS/OMS reconhece que para operar de forma eficaz em um mundo globalizado é necessário buscar, forjar e fortalecer alianças, redes e associações estratégicas com outras entidades. Estas incluem o setor acadêmico, os centros de pesquisa, as instituições do setor de saúde e de outros setores, as organizações não governamentais, os organismos de cooperação bilateral e multilateral e as instituições financeiras internacionais, entre outras. As associações resultantes criam oportunidades para o progresso dos recursos humanos, a recopilação e intercâmbio de conhecimento e informação e contribuem para melhorar as condições de saúde nas Américas.

A estratégia de trabalho em rede tem sido uma prática mantida em toda a trajetória da BIREME desde o princípio e durante seus 50 anos de existência. Se bem que de início consistiu de relações estratégicas com algumas instituições, na medida em que transcorreu o tempo, o conceito de trabalho em rede evoluiu e a BIREME funcionou com redes descentralizadas de informação integradas por um significativo número de bibliotecas e centros de documentação. Esta ação foi favorecida pela introdução da internet e, atualmente, mais de duas mil instituições integram a rede de cooperação da BIREME em todos os países da América Latina e Caribe (AL&C). Até 1997 o Sistema Latino-Americano e do Caribe de Informação em Saúde representou esta rede de cooperação. A partir de 1998, com a criação da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), estas redes passam a integrar e alimentar as fontes de informação da BVS, (Rede BVS). É importante destacar que outras redes também são coordenadas pela BIREME tais, como as Redes LILACS e as redes temáticas de Enfermagem, Psicologia, Odontologia e outras. Todas estas redes se constituem sob o conceito de rede de Redes.

Além da Rede BVS, a BIREME trabalhou com múltiplas redes associadas e iniciativas de informação, pesquisa e educação, tanto a nível regional como nacional como EVIPNet, ePORTUGUÊSe, GIM, SciELO, Rede de Desenvolvedores (RedDes), ProEthos, entre outras.

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Nos 50 anos da BIREME foram vários os Diretores que coordenaram o Centro com diferentes estratégias e estilos de trabalho, entretanto, o apoio ao fortalecimento do trabalho em rede foi um denominador comum a todos.

A Dra. Celia Zaher, que foi diretora de 1991 a 1997, declarou que “foi extremamente gratificante dirigir a BIREME e contribuir para a melhor formação e atualização das unidades da Rede do Centro, através da realização do Primeiro Congresso Regional de Informação em Ciências da Saúde, que teve um impacto definitivo para o treinamento de seus participantes”.

De sua parte Abel Packer, Director da BIREME entre 1998 e 2010 opinou: “BIREME ocupa um lugar importante na história da informação científica. Como centro especializado da OPAS/OMS, a BIREME construiu um sistema e modus operandi de trabalho cooperativo em rede em prol do desenvolvimento de capacidades e infraestruturas de gestão de informação e comunicação científica que envolveu progressivamente ao longo de seus 50 anos de atuação, a maioria das instituições de educação, pesquisa e de serviços de saúde dos países da América Latina e o Caribe que se estendeu também a outras regiões em desenvolvimento e a outras áreas temáticas. Com produtos, serviços, metodologias e tecnologias atualizadas e alinhadas com o estado de arte internacional, a atuação da BIREME e suas redes ampliaram de forma crescente as comunidades de usuários finais, incluindo estudantes, pesquisadores, profissionais, autoridades de saúde e o público em geral, assim como de profissionais de informação e comunicação científica, como bibliotecários, editores científicos e pesquisadores de biblioteconomia e ciências da informação. Os produtos de BIREME se projetam como bens públicos regionais e globais”.

O Dr. Diego Gonzalez, atual Diretor da BIREME, manifesta que “trabalhando em rede e formando alianças estratégicas é a única maneira de obter sinergia, aumentar as capacidades dos países no campo da informação científica e técnica e posicionar o Centro em sua função de instituição especializada da OPAS/OMS na América Latina e Caribe”.

 

Fontes:

Gestão de Redes na OPAS/OMS Brasil: Conceitos, Práticas e Lições Aprendidas.  Organização Pan-Americana da Saúde. Brasília, 2008. http://www.mpprio.com.br/downloads/peterpfeiffer_paso-a-paso_es.pdf

Guia da BVS 2011. Disponível em http://modelo.bvsaúde.org/wp-content/uploads/Guia_da_BVS_2011_pt.pdf).

 

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