Para fortalecer o desenvolvimento da BVS dos Povos Indígenas (BVS PI), a BIREME/OPAS/OMS intensificou sua cooperação com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) do Ministério da Saúde, com a realização de uma série de reuniões técnicas e estratégicas durante os meses de setembro e outubro de 2024. Os encontros consolidaram novas diretrizes e metas para as atividades do Termo de Cooperação Técnica 93 (TC93), cujo foco é a ampliação da visibilidade das ações, políticas, estratégias, pesquisas e projetos do Brasil relacionados à Saúde Indígena.
Além das equipes técnicas da BIREME envolvidas na produção e implementação das atividades do projeto, os encontros contaram com a presença de representantes da contraparte, reforçando o compromisso conjunto em ampliar a visibilidade das ações, políticas, estratégias, pesquisas e projetos do Brasil relacionados à Saúde Indígena. Alguns dos temas em destaque nessas sessões incluíram a revisita à pesquisa de usuário realizada pela BIREME no DSEI Cuiabá em 2022, que foi uma ação de diálogo com comunidades em territórios indígenas, estratégia essencial para assegurar que o conteúdo e os recursos da BVS PI atendam às demandas dos usuários, refletindo suas realidades e cultura.
Reuniões técnicas e gerenciais: principais avanços e deliberações
Para o Portal da BVS PI, uma série de atividades colaborativas e oficinas entre equipes técnicas, consultores e contrapartes vêm impulsionando o desenvolvimento do Portal. Em 21 de agosto, reunião para revisão e alinhamento das atividades de desenvolvimento do novo portal da BVS PI, com os representantes da Fiocruz, SESAI e OPAS Brasil.
Esse encontro também incluiu uma análise das fases já entregues e um planejamento para a continuidade das atividades. Como parte das decisões estratégicas, foi definido que artistas indígenas seriam incluídos no processo de design do portal para assegurar que as representações gráficas fossem adequadas e representativas dos povos indígenas.
Em setembro, as atividades avançaram com uma série de oficinas focados em aspectos específicos do desenvolvimento do portal. No dia 03 de setembro, ocorreu a 1ª Oficina de alinhamento e redefinição das personas, com uma dinâmica colaborativa que identificar as personas usuárias do portal. Foram identificadas 34 personas, com quatro delas sendo consideradas prioritárias para o projeto: gestores da saúde indígena, trabalhadores(as) da saúde Indígena, pesquisadores(as) indígenas e não indígenas, e estudantes indígenas e não indígenas.
O 2º workshop, realizado em 12 de setembro, focou na redefinição dos problemas dos usuários do portal, utilizando técnicas do design thinking para transformar tais necessidades em desafios solucionáveis. De acordo com Juliana Sousa, Supervisora de Desenvolvimento na BIREME, trata-se de uma abordagem efetiva para estruturar uma matriz de priorização por urgência e importância, organizando os 10 principais grupos de problemas em atividades direcionadas ao avanço do portal.
No dia 29 de setembro, as equipes participaram de uma reunião gerencial virtual que contou com a presença de Giovana Cruz Mandulão, Coordenadora-Geral de Gestão do Conhecimento, Informação, Avaliação e Monitoramento na Secretaria Especial de Saúde Indígena (CGCOIM/SESAI), do diretor da BIREME João Paulo Souza, além das lideranças e pontos focais técnicos das contrapartes e da OPAS, sob a coordenação de Verônica Abdala. “Eu queria começar parabenizando toda a equipe. Acho que da última vez que participei da oficina não tínhamos avançado tanto, e é gratificante ver o quanto progredimos. Toda nossa equipe na CG tem se dedicado, reconhecendo a importância desse trabalho para a Secretaria de Saúde Indígena. E vemos como a criação dessa BVS é fundamental também para construir a memória da SESAI, algo que sentimos muita falta e que será de grande valor para a gestão atual e futuras”, iniciou Giovana Mandulão.
Na mesma ocasião, o diretor da BIREME, João Paulo Souza, destacou a iniciativa em desenvolvimento para a Biblioteca Global de Medicinas Tradicionais (TMGL) da Organização Mundial da Saúde e as possibilidades de integrar informação sobre as medicinas indígenas brasileiras com essa plataforma global em construção. “Temos uma oportunidade histórica de estarmos representados nessa plataforma, enquanto BVS PI do Brasil, desde seus primeiros lançamentos”, ressaltou João Paulo Souza.
Por fim, um encontro presencial foi realizado em Brasília, no dia 29 de outubro de 2024, com as equipes representantes da CGCOIM/SESAI, incluindo Mariana Castilho e Mairu Kuady, bem como com Akemi Kamimura da OPAS/OMS Brasil, Verônica Abdala e Angélica de Paula da BIREME. A agenda incluiu três reuniões: a primeira focou na revisão e alinhamento das atividades do Plano de Trabalho, com apresentação dos produtos da BIREME que podem apoiar o cumprimento das metas e definição de prioridades. Em seguida, tratou da atualização do Plano de Trabalho, destacando a necessidade de um termo para ajustar metas e resultados esperados e o fluxo de informação entre o Ministério da Saúde e a SESAI. Por último, abordou a ação global da OMS para o fortalecimento das práticas tradicionais de saúde, discutindo a inclusão da medicina indígena brasileira na Biblioteca Global de Medicinas Tradicionais (TMGL) e a possibilidade de uma oficina com detentores do saber indígena para garantir uma representação adequada dos conhecimentos tradicionais.
Próximos passos
Como encaminhamentos, as equipes definiram:
- Lançamento do Portal BVS Saúde dos Povos Indígenas: Previsto para dezembro de 2024, o portal oferecerá uma plataforma abrangente para acesso à informação sobre saúde indígena.
- Implementação de uma estrutura de governança: Para garantir a qualidade e atualização contínua do acervo da BVS, uma estrutura de governança será estabelecida.
- Expansão da pesquisa com trabalhadores da saúde: Será ampliada a pesquisa com profissionais de saúde indígenas para incluir diferentes contextos regionais, visando identificar e atender necessidades específicas.
Esses esforços reafirmam o compromisso da BIREME e da SESAI com a promoção da saúde indígena no Brasil, enfatizando a importância da informação e do conhecimento como pilares de fortalecimento das práticas de saúde nos povos indígenas.