A República Dominicana deu um passo fundamental em sua trajetória de fortalecimento da produção científica nacional ao realizar, no dia 29 de maio de 2025, a primeira reunião do Comitê Consultivo da Biblioteca Virtual em Saúde do país, conhecida informalmente como “BVS-DOM”. O encontro ocorreu na sede da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPS/OMS) em Santo Domingo, e contou com a participação de representantes de universidades, centros de documentação, sociedades médicas e órgãos do Ministério da Saúde Pública e Assistência Social (MISPAS) do país.
Marco para a informação em saúde
O objetivo central da reunião foi estabelecer as bases operacionais e estratégicas para o funcionamento conjunto dos Comitês Consultivo e Técnico da BVS-DOM, validando metodologias de trabalho, responsabilidades institucionais e os próximos passos para consolidação do portal como referência de acesso aberto à informação científica e técnica em saúde no país.
Segundo a Dra. Penélope Parra, da Divisão de Gestão do Conhecimento do MISPAS da República Dominicana, “a reativação da BVS-DOM responde à necessidade de termos uma rede nacional colaborativa, capaz de apoiar a tomada de decisão em saúde baseada em evidências fortalecendo a pesquisa científica do país e de toda a Região das Américas.”
A BVS-DOM adota um modelo de governança integrada, com a criação dos Comitês Consultivo e Técnico, contando com a atuação de uma rede de centros cooperantes. Os centros cooperantes são constituídos por instituições como universidades, institutos de pesquisa, sociedades científicas, associações profissionais, ministérios ou departamentos de saúde, editoras e outras instituições relacionadas, sejam elas governamentais, não governamentais ou privadas – que devem empregar a metodologia LILACS na gestão de seus produtos de informação científica e técnica.
Na reunião, o Comitê Técnico foi definido como responsável pela coordenação das ações técnicas operacionais, a partir da estruturação de três comissões principais. A primeira será dedicada à gestão do conteúdo do portal, assegurando a qualidade e atualização das informações disponibilizadas. A segunda comissão terá como foco o apoio e o monitoramento da capacitação contínua dos centros cooperantes, promovendo o desenvolvimento das competências necessárias para a gestão e utilização dos recursos da BVS-DOM. Por fim, a terceira comissão será responsável pela promoção dos conteúdos e pelo fortalecimento de alianças estratégicas, ampliando a visibilidade e o alcance da produção científica nacional.
Cooperação regional
O processo de reativação da BVS-DOM conta com o suporte técnico da BIREME/OPAS/OMS e de parceiros como o Instituto Tecnológico de Santo Domingo (INTEC), além do Ministério da Saúde da República Dominicana. A cooperação técnica foi reconhecida e valorizada durante a reunião do Comitê Consultivo. “Essa articulação fortalece a visibilidade da produção científica dominicana e aproxima o país das melhores práticas regionais de gestão da informação em saúde”, destacou Penélope Parra. Para Pedro López Puig, assessor de Sistemas e Serviços de Saúde da Representação da OPAS/OMS na República Dominicana, “O portal BVS na República Dominicana é já uma realidade institucionalizada, resultado do trabalho conjunto e do apoio da BIREME.”
Histórico
A trajetória da BVS-DOM remonta ao final dos anos 1980, quando, com o apoio da BIREME, foram lançadas as primeiras iniciativas para organizar e democratizar o acesso à informação científica em saúde no país. Entre 2001 e 2014, a BVS-DOM registrou avanços significativos, como o lançamento da primeira versão de seu portal, a digitalização de documentos oficiais e a incorporação de registros na base de dados LILACS. A partir de 2021, o Ministério da Saúde assumiu a liderança do processo para a reativação da BVS-DOM, culminando, em 2023, com a assinatura de um novo acordo interinstitucional.
Em 2025, a criação dos Comitês Consultivo e Técnico e a consolidação de uma rede nacional de Centros Cooperantes marcam uma nova etapa de desenvolvimento, conectando o país às melhores práticas regionais de gestão da informação e promovendo o acesso aberto à produção científica e técnica nacional.