As Doenças Cardiovasculares são a principal causa de morte nas Américas, e a hipertensão arterial é responsável por mais de 50% delas. Infelizmente, mais de um quarto das mulheres adultas e quatro em cada dez homens adultos são hipertensos no continente americano, e tanto o diagnóstico quanto o tratamento e controle tem sido ineficazes. Apenas alguns países apresentam uma taxa de controle da hipertensão populacional superior a 50%
Para chamar a atenção sobre este grave problema de saúde, foi instituído o dia 17 de maio o Dia Mundial da Hipertensão. A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou a Iniciativa Global HEARTS em 2016. Seu objetivo é melhorar os serviços de prevenção clínica na atenção primária em saúde usando intervenções altamente eficazes, escaláveis, sustentáveis e comprovadas. Como Escritório Regional da OMS para as Américas, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) desenvolve e coordena a Iniciativa HEARTS nas Américas com um objetivo: até 2025, HEARTS será o modelo institucionalizado para gerenciamento de risco de doenças cardiovasculares, incluindo hipertensão, diabetes, e dislipidemia na atenção primária à saúde nas Américas. A Iniciativa HEARTS nas Américas está entrando em seu sexto ano de implementação, tendo se expandido do projeto inicial de 4 países para 22 países, que atualmente estão implementando o modelo HEARTS. [1]
Para marcar a data neste ano, a OPAS/OMS, por meio da iniciativa HEARTS nas Américas e em colaboração com o periódico The Lancet Regional Health – Americas, realizou um webinário que destacou o problema da baixa conscientização sobre a hipertensão no mundo. O evento também promoveu o uso de métodos precisos de medição da pressão arterial e tratou da importância do controle da hipertensão para se viver melhor e com mais saúde. [2]
A hipertensão arterial ou pressão alta, é uma doença que afeta os vasos sanguíneos, coração, cérebro e olhos e pode causar dano aos rins. Ocorre quando a pressão arterial se mantém frequentemente acima de 140 por 90 mmHg. A doença é herdada dos pais em 90% dos casos, mas há vários fatores que influenciam nos níveis de pressão arterial, entre eles o fumo, consumo de bebidas alcoólicas, obesidade, estresse, consumo de sal em excesso, níveis altos de colesterol e falta de atividade física. [3]
A pressão alta não tem cura, mas tem tratamento e pode ser controlada. Somente o profissional de saúde poderá determinar o melhor método para cada paciente. No entanto, além dos medicamentos disponíveis atualmente, é imprescindível adotar um estilo de vida saudável, mantendo o peso adequado, se necessário, mudando hábitos alimentares, não abusar do sal, utilizando outros temperos que ressaltem o sabor dos alimentos, praticar atividade física regular, aproveitar momentos de lazer; abandonar o fumo, moderar o consumo de álcool, evitar alimentos gordurosos e controlar o diabetes. [4]
Iniciativa HEARTS nas Américas visa reduzir o índice das doenças cardiovasculares
Com o objetivo de reduzir o índice das doenças cardiovasculares, a OMS lançou a Iniciativa HEARTS nas Américas em 2016. A OPAS/OMS coordena a iniciativa HEARTS nas Américas, por meio de 1.400 unidades de saúde em 22 países em toda a Região das Américas. O periódico Lancet Regional Health – Americas publicou dois artigos relacionados à iniciativa em sua edição de maio deste ano. Um dos artigos [5] traz recomendações específicas para destacar o papel facilitador da Iniciativa HEARTS nas Américas, com intenção de catalisar a implementação da nova diretriz da OMS sobre o tratamento farmacológico da hipertensão. O segundo artigo trata da implementação de oito impulsores chaves para o controle da hipertensão, um conjunto de recomendações clínicas e de gestão para orientar a implementação do programa e melhorar o controle da hipertensão. [6]
Para prover informação científica e técnica para profissionais de saúde, pesquisadores e o público em geral sobre hipertensão, a BIREME/OPAS/OMS desenvolveu a Vitrine do Conhecimento hipertensão, disponível em português, espanhol e inglês.
Referências
[1] Pan American Health Organization. HEARTS in the Americas: Guide and Essentials for Implementation. 2022. Disponível em: https://iris.paho.org/handle/10665.2/55804 (apenas em inglês).
[2] Webinar – Dia Mundial da Hipertensão: Meça sua pressão arterial com precisão, controle-a, viva mais! – Assista à gravação no Canal YouTube da OPAS/OMS https://youtu.be/EaVVbvjN4Gs
[3] Organización Panamericana de la Salud – Temas en Salud – Hipertensión. Disponível em: https://www.paho.org/es/temas/hipertension (em espanhol e inglês).
[4] Dia Mundial da Hipertensão 2022 – https://www.paho.org/pt/campanhas/dia-mundial-da-hipertensao-2022
[5] Campbell NRC et al. 2021 World Health Organization guideline on pharmacological treatment of hypertension: Policy implications for the region of the Americas. The Lancet Regional Health – Americas. 2022; 9:100219. https://doi.org/10.1016/j.lana.2022.100219
[6] Brettler JW et al. Drivers and scorecards to improve hypertension control in primary care practice: Recommendations from the HEARTS in the Americas Innovation Group. The Lancet Regional Health – Americas. 2022; 9: 100223. https://doi.org/10.1016/j.lana.2022.100223