Em recente conferência para o Congresso Anual da Associação de Bibliotecas Universitárias, de Pesquisa e Institucionais do Caribe, ACURIL 2024, a BIREME projetou o futuro das bibliotecas digitais e virtuais em saúde, revelando perspectivas inovadoras para o setor. A apresentação foi realizada como atividade pré-congresso do ACURIL 2024, de 12 a 16 de maio, na Guyana, com o tema “De metadados a big data: Tendências e tesouros ocultos em bibliotecas, museus e arquivos no Caribe”.
Compromisso histórico da BIREME com a gestão da informação em saúde no Caribe
A conferência da BIREME foi iniciada por Márcia Y. Barreto, com a apresentação do roteiro e os objetivos da sessão, intitulada “Tecnologias emergentes e inovação em bibliotecas virtuais em saúde: explorando tecnologias e inovações de ponta, como inteligência artificial, aprendizado de máquina, realidade virtual e suas potenciais aplicações em bibliotecas virtuais de saúde”. A seguir, Márcia pontuou um breve histórico da cooperação técnica entre BIREME e a Rede MedCarib para a criação da BVS Caribe, cujo início remonta ao ano de 1989.
Neste período, destacou, “o lançamento da Metodologia LILACS para indexação da literatura científica e técnica original da América Latina e do Caribe ocorreu quase que simultaneamente à organização da base de dados de informação em ciências da saúde dos países de língua inglesa do Caribe, organizada pela então recém-estabelecida Rede MedCarib”. Outro marco histórico naquela ocasião foi o recebimento de financiamento específico, da Kellog Foundation, para o fortalecimento da Rede MedCarib como parte integrante da LILACS.
Tecnologias emergentes e inovação nas bibliotecas digitais e virtuais
O diretor João Paulo Souza, por sua vez, iniciou sua fala apresentando a missão da BIREME, como biblioteca digital especializada em saúde da América Latina e do Caribe, de possibilitar o acesso e o uso da informação científica e técnica para tomada de decisão e ação. Dentre os projetos e serviços desenvolvidos, destacou o trabalho de cooperação técnica com os países para o estabelecimento de bibliotecas virtuais de saúde e outros produtos de informação que tenham como meta a promoção da “saúde para todos”.
Em seguida, João Paulo Souza delineou um panorama sobre a função e o impacto social das bibliotecas ao longo da história, pontuando as transformações tecnológicas que marcaram os diferentes modelos de gestão do conhecimento. “Desde os tempos mais remotos, as bibliotecas podem ser entendidas como um símbolo do desejo humano por acesso ao conhecimento. E até os dias atuais, compartilhamos dessa mesma missão histórica de sermos instituições provedoras de acesso ao conhecimento, esforçando-nos para que seja útil às pessoas e comunidades”, ressaltou João Paulo.
O advento da computação e da internet foram destacados como pontos de inflexão que impactaram todos os desenvolvimentos industriais, incluindo o setor da informação. De acordo com o diretor da BIREME, ‘Isso fez com que chegássemos ao ponto atual, de termos os portais online com nossas coleções e catálogos digitalizados. É importante dizer que as bibliotecas deixaram de ser apenas espaços físicos e evoluíram para portais digitais no ciberespaço, um lugar virtual no qual podemos adentrar e que nos permite conectar a um universo de conhecimento ao qual antes não teríamos acesso.”
Por fim, João Paulo dedicou alguns minutos da conferência para apresentar os mais recentes desenvolvimentos que vêm sendo coordenados para a transformação digital da BIREME, com aplicações de ferramentas de inteligência artificial e aprendizagem de máquinas. “São experiências tentativas e orientadas para melhorar a experiência dos usuários com o uso das nossas tecnologias. Buscamos, por exemplo, promover interfaces mais intuitivas, com emprego de linguagem natural ao invés do uso de terminologia controlada e operadores booleanos, com a informação sendo sintetizada e apresentada em diferentes formatos de mídia”, detalhou.
Quanto às projeções para o futuro das bibliotecas em saúde, João Paulo Souza indicou uma série de inovações tecnológicas que estão moldando esse cenário. A transição das bibliotecas digitais para bibliotecas virtuais foi destacada, com ênfase no uso de realidade virtual para proporcionar uma experiência imersiva aos usuários. “O risco que corremos ao não nos engajarmos nessa corrida por transformação, é justamente cair em obsolescência e irrelevância devido à perda de competitividade e sustentabilidade”, concluiu. Para saber mais sobre as inovações em bibliotecas digitais, acesse os portais da BIREME e da Rede BVS.