Um comportamento esperado durante a pandemia da COVID-19 é o aumento do acesso e uso de mídias sociais por todas as faixas etárias e segmentos da sociedade. Se antes das medidas de isolamento social era comum observar pessoas a qualquer hora com a atenção voltada para a tela de seus smartphones, a partir do seu distanciamento, este hábito aumentou consideravelmente.
O uso de redes sociais tem vários objetivos, entre eles, o entretenimento, a comunicação entre grupos familiares, profissionais ou sociais, e especialmente a busca por informação. Um desafio reconhecido com esta pandemia é a rápida disseminação de informação falsa, as denominadas “fake news”, que preocupam as autoridades, principalmente da área da saúde, por disseminar tratamentos falsos, medicamentos e curas promissoras, que não passam de armadilhas. Durante a pandemia de COVID-19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece o papel principal da mídia, chamando o excesso de informação – nem sempre fidedigna, de ‘infodemia’ – uma pandemia de informação, sendo difícil para as pessoas reconhecer fontes autorizadas e orientações confiáveis quando precisam.
As agências internacionais como a OMS incluindo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), as Nações Unidas, os Ministérios de Saúde, e associações e sociedades científicas, entre outros, têm dedicado páginas em seus sites na Web e redes sociais à COVID-19 com informação confiável, respaldada por evidências científicas e a opinião de especialistas em todo o mundo para informar e orientar profissionais de saúde, educadores, gestores e tomadores de decisão sobre as práticas recomendadas e os mais recentes desenvolvimentos da pandemia, no âmbito de suas atuações.
Ademais, plataformas de mídias sociais fizeram parcerias para prover informação de qualidade. O Facebook agora possui uma guia do centro de informação COVID-19, o Google Scholar apresenta em sua homepage opções de buscar artigos científicos sobre a pandemia nos mais renomados periódicos internacionais, no repositórios de preprints medRxiv e na página do Centro de Controle de Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC); o Whatsapp inaugurou um recurso para se manter conectado durante a pandemia com informação confiável. O Twitter, por sua vez, ao mostrar resultados com a hashtag #COVID19 feitas no Brasil sugere e exibe o link para o site do Ministério da Saúde.
Estas iniciativas também têm por objetivo veicular campanhas para higienizar as mãos, ficar em casa, como usar as máscaras corretamente, o que fazer em caso de ter sintomas da COVID-19, quando procurar um serviço de saúde, os cuidados especiais que devemos ter com idosos, gestantes e crianças, etc. Ao compartilhar com as redes de contato pessoal informação qualificada e campanhas como as mencionadas, todos estão contribuindo com as autoridades e a sociedade para reduzir o contágio e evitar sobrecarregar os serviços de saúde.
O Centro Latino-Americano de Informação em Ciências da Saúde – BIREME, que integra o Departamento de Evidência e Inteligência para Ação em Saúde da OPAS/OMS, em sua missão de contribuir para o desenvolvimento da saúde por meio da democratização do acesso, publicação e uso de informação, conhecimento e evidência científica, mantém páginas nas redes sociais onde divulga atividades de cooperação técnica, lançamentos e atualizações de produtos e serviços, entre outros. Nos últimos 30 dias, no entanto, o foco das publicações nos canais de Facebook e Twitter tem sido a COVID-19 replicando também notícias publicadas nas Redes Sociais da OMS, OPAS (sede e representações de países) e a nível Brasil, também da ONU Brasil, Ministério da Saúde, OPAS Brasil e PANAFTOSA.
Na sua página do Facebook, nos últimos 30 dias (22/03 a 22/04), a BIREME publicou e/ou compartilhou 52 posts, que tiveram 679 visualizações de página, 1.897 engajamento com a publicação, e 8.016 pessoas alcançadas. Entre estes, os que tiveram maior alcance estão: o lançamento da base de dados de evidências sobre a COVID-19 da OPAS/OMS, de 04/04, com 1.066 pessoas alcançadas; o lançamento da Vitrine do Conhecimento COVID-19, de 19/03, com 2.291 pessoas alcançadas, e o post que reúne as fontes de informação científica e técnica mais recomendadas sobre a COVID-19, de 30/03, com 3.145 pessoas alcançadas. Das notícias não relacionadas à pandemia, alcançou grande impacto a notícia de celebração dos 22 anos da Biblioteca Virtual em Saúde de 27/03, com 1.138 pessoas alcançadas.
Em seu perfil no Twitter, a BIREME publicou ou retuitou nos últimos 28 dias 29 tweets, que motivaram 1.252 visitas ao perfil e 61,9 mil impressões e 36 menções. Em abril, o tweet de maior destaque foi uma live do Diretor Adjunto da OPAS/OMS, Dr Jarbas Barbosa da Silva, sobre o uso de máscaras na COVID-19, que rendeu 14,4 mil impressões. O tweet com mídia de destaque foi o lançamento da base de dados de evidências da OPAS sobre a COVID-19, com 10,2 mil impressões. No mês de março, o tweet de destaque foi sobre a Vitrine do Conhecimento sobre a COVID-19, com 25,8 mil impressões, e o tweet com mídia de destaque foi a nota do curso Prevenção e controle de infecções causadas pela COVID-19 disponível no Campus Virtual de Saúde Pública, com 18,5 mil impressões.
Segundo a Dra. Lilian Calò, Coordenadora de Comunicação Científica e Institucional da BIREME, “estes resultados reafirmam o papel de destaque que têm as redes sociais atualmente – em especial durante a pandemia de COVID-19 – em disseminar conteúdo qualificado, de fontes acreditadas nacional e internacionalmente para todas as audiências, com o propósito de disseminar ações e atitudes que resultem em melhores condições de vida e saúde”.
Link de interesse
Entenda a infodemia e a desinformação na luta contra a COVID-19. https://iris.paho.org/handle/10665.2/52054