Desde 2007, no início do Programa Telessaúde Brasil, a BIREME/OPAS/OMS coopera com o Ministério da Saúde para promover e facilitar o uso do conhecimento científico na Atenção Primária à Saúde (APS) por meio dos serviços de telessaúde. A partir das teleconsultorias respondidas pelo Núcleo de Telessaúde do Rio Grande do Sul surgiu a possibilidade de desenvolver uma nova fonte de informação do tipo “Perguntas e Respostas” aplicada à APS no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), nomeada como Segunda Opinião Formativa (SOF).
As SOFs se originam de perguntas reais das equipes de saúde respondidas no serviço de teleconsultoria pelos Núcleos de Telessaúde, as quais tratam de temas relevantes para a APS e com potencial de responder a dúvidas e necessidades de outros profissionais da saúde, com vistas à ampliação da capacidade resolutiva em casos ou situações semelhantes. Podem ser consideradas como um exemplo de tradução do conhecimento, já que se trata de uma resposta sistematizada com base na melhor evidência disponível e no papel ordenador da atenção primária, também para apoiar os profissionais da saúde nas questões clínicas diárias.
Atualmente, a coleção de SOFs tem mais de mil perguntas e respostas e está disponível na Biblioteca Virtual em Saúde de APS (BVS APS) que conta com a colaboração de vários teleconsultores dos Núcleos de Telessaúde do Brasil.
Em 2016, a Bireme também teve papel fundamental na criação do portal do Programa Telessaúde no município de São Paulo, no desenvolvimento e aplicação do curso de formação dos teleconsultores e trazendo sua experiência sobre a SOF, segundo Ana Estela Haddad, presidente do Comitê Municipal de Telessaúde. Proximamente a BIREME apoiará na transformação do curso a distância de formação de teleconsultores em atividade auto instrucional publicada no Campus Virtual de Saúde Pública (CVSP) Brasil e também na produção de novas SOFs a partir das teleconsultorias respondidas pelo Núcleo de Telessaúde do Município de São Paulo.
Os desafios da Rede Telessaúde Brasil e da BIREME consecutivamente são seguir dando visibilidade e compartilhando o conhecimento produzido a partir das teleconsultorias nas SOFs, além de transferir esta experiência a outros países da Região da América Latina e Caribe, uma vez que as perguntas e respostas são aplicáveis no contexto da APS no SUS do Brasil. Além da tradução do idioma português ao espanhol, seria necessária a atualização para o contexto de cada país sendo que a metodologia de gestão desta fonte de informação pode ser compartilhada e aplicada em outras instâncias da Rede BVS.