Boletim BIREME n° 32

A estratégia de Atenção Primária em Saúde é fortalecida por meio da promoção da BVS no contexto local

Já faz alguns anos que a BIREME contribui para promover o conhecimento científico e técnico em contextos locais e de Atenção Primária em Saúde (APS), em consonância com as resoluções aprovadas na 72ª Assembléia Mundial da Saúde que ocorreu recentemente na sede da OMS em Genebra, à Declaração de Astana adotada na Conferência Mundial sobre Atenção Primária em Saúde em 2018 e às recomendações da Comissão de Alto Nível “Saúde Universal no Século XXI: 40 anos de Alma-Ata”, que reafirma a “APS como caminho necessário e sustentável para alcança a saúde universal como direito de todas e todos com qualidade, equidade e justiça social, com políticas de Estado que garantam esse direito, respeitem a diversidade, com recursos econômicos suficientes e equitativos, fortalecendo as comunidades como fator de transformação das realidades e que nenhuma pessoa (cidadão ou não cidadão) fique fora do sistema de saúde”.

Como exemplo, mencionamos a participação da BIREME no IV Congresso Internacional de Atenção Primária em Saúde (CIAPS), que teve como tema central os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 e como reduzir a lacuna entre o conhecimento e a prática.

O CIAPS reuniu mais de 600 participantes, em sua maioria profissionais atuantes em Estratégias de Saúde da Família na região norte e nordeste do Brasil, além de estudantes e pesquisadores. O Congresso ocorreu na cidade de Teresina (Piauí), dos dias 2 a 5 de maio de 2019, e foi realizado pelo Núcleo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Educação Permanente para o SUS (NUEPES), vinculado à Universidade Federal do Piauí (UFPI).

aps_piA BIREME contribuiu com a realização de duas oficinas de acesso e uso da evidência na tomada de decisões em saúde, utilizando a mortalidade materna e a saúde mental no contexto da APS, que são parte da realidade dos municípios do Piauí. Além disso, o Centro ofereceu uma conferência sobre as considerações a respeito da aplicação clínica das práticas integrativas e complementárias de saúde (PICS) baseadas em evidência científica, que são promovidas a nível Regional, com o objetivo de colaborar com a identificação e a análise da evidência que está publicada nos estudos clínicos, na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e em outras fontes de informação. A BIREME está colaborando com um projeto para elaborar Mapas de Evidência para as PICS, em colaboração com o Consórcio Brasileiro de Práticas Integrativas de Saúde e a Rede MTCI Américas.

Devemos destacar a contribuição da BIREME para a BVS em Atenção Primária em Saúde (BVS APS), foco principal do evento, que é uma iniciativa do Brasil vinculada ao Programa Telessaúde Brasil Redes, que há mais de 10 anos contribui para:

“Prover amplo acesso a uma rede de fontes de informação de boa evidência em APS para subsidiar os processos de tomada de decisão clínica, formação e gestão das Equipes de Saúde da Família, profissionais da Segunda Opinião e do Programa Telessaúde Brasil Redes; e dar visibilidade aos conteúdos produzidos no âmbito do Programa.” (Fonte: Contribuições da BIREME/OPAS/OMS para o Programa Telessaúde Brasil, maio 2019)

Nesta iniciativa, destacamos a fonte de informação Segunda Opinião Formativa (SOF), que gerencia respostas para perguntas e dúvidas sobre a prática da APS no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS – Brasil), que foram de respondidas de antemão pelo serviço de Teleconsultorias oferecido pelos Núcleos do Programa Telessaúde Brasil Redes. As SOF são originadas das teleconsultas, passam por uma adequação de conteúdo e linguagem, além de uma revisão por pares, antes de serem publicadas na BVS APS. Atualmente, a coleção conta com aproximadamente 1400 SOFs disponíveis para consulta (http://aps.bvs.br).

Nas palavras de Verônica Abdala, representante da BIREME no Congresso, “participar deste congresso tem um sentido especial para mim, pois abre a oportunidade de conhecer a aplicação da cooperação técnica da BIREME no primeiro nível de atenção em saúde; desta forma, contribuímos para que nosso trabalho chegue às regiões menos favorecidas de recursos. Na realidade, missões como estas me deixam cheia de ânimo para buscar alternativas que contribuam para preencher a lacuna enorme que existe entre o saber e o fazer na APS”.

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