Boletim BIREME n° 18

Diretor Geral da OMS realiza visita oficial ao Brasil

O Diretor Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, realizou sua primeira visita oficial ao Brasil, nos dias 21 e 22 de março de 2018. O Dr. Tedros participou de diversas reuniões com autoridades nacionais em Brasília e teve a oportunidade de conhecer em maior profundidade o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS).

O Representante da OPAS/OMS no Brasil, Joaquín Molina, o Diretor de PANAFTOSA, Ottorino Cosivi, e o diretor da BIREME, Diego González, estiveram em Brasília no dia 21 acompanhando a visita do Dr. Tedros à Câmara dos Deputados e à Representação da OPAS/OMS no Brasil.

thedrosO Dr. Tedros discursou na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, em Brasília, onde afirmou que a saúde universal deve ser um tema priorizado pelos países. O Diretor Geral da OMS declarou que o Brasil possui um sistema de saúde capaz não apenas de garantir as necessidades cotidianas da população, mas também de se defender contra epidemias. Ele felicitou o governo brasileiro por sua rápida resposta frente ao surto de febre amarela, que salvou muitas vidas, destacando o importante papel do país na produção de vacinas contra a doença. Em sua visão, a saúde é um direito de todas as pessoas e não um privilégio de alguns. Argumentou também que a cobertura de saúde universal, além de melhorar a saúde da população, gera impactos positivos na economia dos países. “Pode tirar as pessoas da pobreza, removendo uma de suas causas; criar empregos para trabalhadores de saúde e cuidados; impulsionar o crescimento econômico inclusivo, assegurando que as pessoas sejam saudáveis e capazes de trabalhar; e promover a igualdade de gênero”.

Sua opinião sobre o Sistema Único de Saúde é que o SUS é uma poderosa força para alcançar a equidade. “O fato de todos os serviços e produtos, incluindo medicamentos e vacinas, serem fornecidos gratuitamente é uma base sólida não só para uma saúde melhor, mas também para o desenvolvimento”. Reconheceu também que o Brasil está dando grandes passos na distribuição equitativa de profissionais de saúde em seu território.

Na ocasião, o Dr Tedros recebeu do presidente do Brasil, Michel Temer, a medalha de mérito Oswaldo Cruz na categoria ouro em reconhecimento aos serviços prestados à saúde pública brasileira. A honraria também foi entregue à Mariângela Batista, diretora Geral Assistente para Medicamentos, Vacinas e Produtos Farmacêuticos da OMS, e para a própria Organização Mundial da Saúde.Em fevereiro, a medalha já havia sido entregue ao Representante da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil, Joaquín Molina. Anteriormente, a condecoração foi recebida pela Diretora OPAS, Carissa F. Etienne.

Presença na OPAS/OMS Brasil

O Dr. Tedros participou também do encontro da Comissão Intergestores Tripartite, realizada mensalmente no escritório da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil, em Brasília. Na ocasião, o Dr. Tedros reiterou mais uma vez a importância da cobertura de saúde universal não só para que as populações tenham acesso ao seu direito básico à saúde, mas também como forma de promover o desenvolvimento dos países. “Investimentos no setor de saúde não são apenas investimentos neste setor. São investimentos para o crescimento econômico e para um futuro mais justo e próspero para todos”, afirmou.

tedros_opsOutro ponto destacado pelo diretor-geral da OMS é a necessidade de garantir uma prestação de serviços de qualidade aos pacientes que buscam cuidados. “Se eles não forem seguros ou forem de baixa qualidade, as pessoas vão parar de usá-los. Isso pode levar a uma enorme carga de doenças que, definitivamente, terão um alto custo de tratamento”.

Ao se dirigir ao staff da OPAS Brasil, o Diretor Geral afirmou que cinco pilares devem ser levados em consideração para o aprimoramento dos serviços de saúde prestados à população. O primeiro deles é o comprometimento por parte das lideranças. “Em todos os níveis de um sistema de saúde, é vital desenvolver líderes que coloquem a segurança do paciente e a melhoria da qualidade no ápice do atendimento clínico”, enfatizou. Políticas claras também são necessárias para que “todo trabalhador de saúde conheça e compreenda as melhores práticas, com base nas melhores evidências, para manter os pacientes seguros e fornecer os cuidados corretos”.

O terceiro ponto diz respeito à melhoria dos sistemas de saúde orientada por dados. De acordo com o Diretor Geral da OMS, sistemas robustos devem acompanhar as práticas exitosas, bem como as que não funcionam, para, desta forma, fazer continuamente os ajustes adequados.

Tedros lembrou que as “políticas e os sistemas são importantes, mas ao fim de tudo, os serviços de saúde são entregues por pessoas”. Por isso, a quarta prioridade é dar aos profissionais de saúde as condições, as habilidades, o treinamento e as ferramentas corretas para que possam realizar plenamente seu trabalho. A quinta questão é envolver os pacientes e suas famílias “como verdadeiros parceiros no cuidado” – empoderando-os para participar ativamente do sistema de saúde

 

Sobre o Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus

Ele foi eleito pelos Estados Membros da OMS em maio de 2017 para um mandato de cinco anos. Antes disso, trabalhou na Etiópia como ministro das Relações Exteriores, de 2012 a 2016, e como ministro da Saúde, de 2005 a 2012.Imediatamente após assumir o cargo, em 1 de julho de 2017, ele propôs cinco principais prioridades para a Organização: cobertura de saúde universal; emergências de saúde; saúde das mulheres, das crianças e dos adolescentes; impactos sobre a saúde do clima e mudanças ambientais; e uma OMS transformada.

Nascido na cidade de Asmara, Eritréia, Tedros é doutor em medicina comunitária pela Universidade de Nottingham e mestre em imunologia de doenças infecciosas pela Universidade de Londres.

 

Sobre a OMS

A OMS foi fundada em 7 de abril de 1948, sob o princípio de que todas as pessoas podem realizar o seu direito ao mais alto padrão possível de saúde. Há 70 anos, “Saúde para todos” tem sido a visão orientadora da Organização. No entanto, pelo menos metade da população mundial ainda não tem acesso aos serviços de saúde dos quais necessitam, o que leva milhões de pessoas à pobreza enquanto lutam para pagar seus gastos com saúde.

“Saúde para todos” também é a força motriz da iniciativa da OPAS/OMS para apoiar os países de todo o mundo em sua busca pela saúde universal.

 

Fonte: OPAS Brasil

 

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