Boletim BIREME n° 67

Intensificar esforços e aproveitar a inovação para combater a malária

Dia 25 de abril marca o Dia Mundial de Luta Contra a Malária e neste ano, a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) faz um apelo aos países da região para que intensifiquem esforços para combater a malária por meio de intervenções de prevenção, diagnóstico e tratamento baseadas em dados e adaptadas aos contextos locais. É necessária uma ação urgente para retomar a resposta global à malária, e a responsabilidade pelo desafio recai sobre os países mais afetados pela doença [1].

O tema deste ano é “Aproveitar a inovação para reduzir a carga da malária e salvar vidas” e tem por objetivo destacar a importância do investimento em novas ferramentas, bem como uso mais eficaz dos métodos disponíveis para prevenir, diagnosticar e tratar a malária, especialmente nos países mais atingidos. Entre 2015 e 2019 houve um aumento em 79% de casos na região. Em 2020, os 18 países endêmicos das Américas notificaram mais de 600 mil casos da malária, uma redução de 26% em relação ao ano anterior.

Nas Américas, o Paraguai foi certificado como livre de malária em 2018, seguido pela Argentina em 2019 e El Salvador em 2021, o que reduziu o número de países endêmicos de 21 em 2015 para 18 atualmente. Belize está a caminho de receber a certificação este ano. Apesar desse progresso, os picos de casos associados à migração, principalmente nos setores de agricultura, pesca e mineração, combinados com unidades de saúde insuficientes em áreas com populações de difícil acesso e mobilidade, ameaçaram o progresso, colocando em risco os esforços de eliminação em alguns países.

A malária é uma doença febril aguda causada pelo parasita do gênero Plasmodium, que é transmitido pela picada de uma fêmea infectada do mosquito do gênero Anopheles. Os sintomas, incluindo febre, dor de cabeça e calafrios, aparecem geralmente entre 10 e 15 dias após a picada e podem ser leves e difíceis de reconhecer como malária. Se não for tratada, a malária pode progredir para doença grave e morte. O controle eficaz de vetores, incluindo o uso de redes tratadas com inseticida e pulverização residual interna, são cruciais para prevenir a transmissão da doença. [2]

Embora um aumento no acesso a medicamentos antimaláricos e melhorias no manejo clínico de casos graves tenham levado a uma redução nas mortes relacionadas à malária na região para 108 mortes em 2020 – foram 340 em 2018 – deve ser feito para interromper a transmissão, por meio de um maior investimento em intervenções em nível local.

Em 2020, mais de dois terços de todas as mortes relacionadas à malária em todo o mundo ocorreram entre crianças menores de cinco anos que vivem na região africana. Um relatório do Grupo Consultivo Estratégico sobre Erradicação da Malária da OMS pede pesquisa e desenvolvimento renovados para impulsionar os esforços de erradicação. O último relatório mundial mostra que são necessários US$ 851 milhões no período 2021 a 2030 para pesquisa e desenvolvimento em vacinas contra a malária, medicamentos antimaláricos, novas tecnologias para controle de vetores e inovações para combater a resistência do mosquito a inseticidas.

Para prover informação científica e técnica sobre a doença, incluindo seleção de documentos nas fontes de informação da Biblioteca Virtual em Saúde, bem como informes oficiais de organismos internacionais e de ministérios de saúde do Brasil e de países da Região, a BIREME desenvolveu a Vitrine do Conhecimento sobre Malária nas Américas.

 

Referências

[1] Biblioteca Virtual em Saúde. Vitrine do Conhecimento Malária nas Américas. Disponível em: https://bvsalud.org/vitrinas/post_vitrines/malaria-nas-americas/

[2] Organização Pan-Americana da Saúde. Dia Mundial de Luta Contra a Malária: mais deve ser feito para melhorar resposta à malária em nível local. 2022. Disponível em:  https://www.paho.org/pt/noticias/25-4-2022-dia-mundial-luta-contra-malaria-mais-deve-ser-feito-para-melhorar-resposta

 

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