Boletim BIREME n° 45

Seis meses após o lançamento, o curso de comunicação científica continua a atrair interessados

A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), através de seu Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME) e o então Escritório de Gestão de Conhecimento, Publicações e Traduções (KMP) lançaram em novembro de 2019 um Curso de Autoaprendizagem sobre Comunicação Científica em Ciências da Saúde.

O curso, totalmente online e gratuito, está hospedado na plataforma do Campus Virtual de Saúde Pública (CVSP) da OPAS/OMS, e tem por objetivo promover a publicação de resultados de pesquisa científica nos países da região e melhorar a qualidade dos relatos por meio da capacitação dos participantes nos principais conceitos que regem a comunicação científica, inclusive a correta redação de informes científicos e técnicos e artigos para publicação em periódicos científicos.

A capacitação está dirigida a profissionais e técnicos da área da saúde, pesquisadores, editores científicos, profissionais de ciência da informação, estudantes de pós-graduação de áreas no âmbito da saúde e outros interessados. O modelo de autoaprendizagem utilizado em sua concepção permite que os participantes aprendam em seu ritmo próprio através da revisão de conceitos e temas, apoiados por material de leitura complementar e exercícios incluídos em cada uma das seis aulas que compõem o curso.

A plataforma do CVSP é de acesso aberto e, além deste curso, inclui muitos outros recursos educacionais em idiomas como espanhol, português, inglês e francês. Atualmente, o curso de comunicação científica está disponível em espanhol, porém sua tradução ao português está em ritmo avançado e deverá ser lançada até o final de 2020.

O curso tem despertado grande interesse; desde seu lançamento, mais de 9.000 pessoas se inscreveram e concluíram o treinamento mais de 4.000 pessoas (Fig. 1). O México lidera o ranking em número de participantes, seguido por Equador, Colômbia, Peru, Argentina e República Dominicana. O perfil dos participantes mostra que 44% tem curso universitário, e 23% tem mestrado ou doutorado. Em sua maioria são jovens (66% tem entre 18 e 35 anos), 63% são do sexo feminino, a metade trabalha em hospitais e 25% em outros serviços de saúde. Entre os profissionais que realizaram o curso, os de enfermagem estão em primeiro lugar, seguidos por médicos generalistas e médicos especialistas, porém há representantes de outras profissões da área da saúde.

Figura 1. Painel de controle dos participantes do curso desde seu lançamento (08/11/2019) até o dia 16/06/2020, data do questionário de satisfação do CVSP
Figura 1. Painel de controle dos participantes do curso desde seu lançamento (08/11/2019) até o dia 16/06/2020, data do questionário de satisfação do CVSP

Segundo o questionário de satisfação respondido por todos aqueles que completaram o curso (4.174 pessoas no dia 16/06/2020), 97,6% consideram que os temas abordados foram relevantes para seu desenvolvimento profissional; 95,1% são de opinião de que os recursos audiovisuais, tarefas e exercícios empregados no curso foram úteis para o aprendizado. Entre as maiores vantagens do curso foram citadas o acesso a diversas fontes de informação, e a autonomia e liberdade de horários.

Entre as dificuldades apontadas, predominam as questões de natureza técnica – como a impossibilidade de avançar rapidamente em busca de um determinado ponto do vídeo, e dificuldades em seguir o curso em tablets e telefones celulares.

De forma geral, a avaliação por parte dos participantes foi positiva, sugerindo que se realizem novos cursos para aprofundar as temáticas apresentadas, além de sugestões de aumentar o número de exercícios e práticas de redação científica. Alguns usuários inclusive sugerem que o curso seja mais divulgado nos meios médicos, como redes sociais de agremiações de estudantes de medicina e enfermagem, por exemplo.

As decisões de saúde devem se basear nas melhores evidências científicas disponíveis; neste contexto, este curso busca apoiar a publicação científica nos países da Região, o que resultará em melhores condições de saúde para suas populações.

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