A BIREME/OPAS/OMS disponibiliza Portal de Mapas de Evidência para promover a divulgação e acesso a uma coleção de Mapas de Evidências, com interface em inglês, espanhol e português.
O portal tem como objetivo reunir e integrar todos os Mapas de Evidências desenvolvidos no âmbito da Rede da Biblioteca Virtual em Saúde (Rede BVS) e provê acesso a 36 mapas de evidências distribuídos em três coleções principais:
- Práticas Integrativas e Complementares de Saúde – 23 mapas
- Covid-19 – 5 mapas
- Promoção da Saúde – 6 mapas
Todos os mapas produzidos com base na metodologia adaptada pela BIREME estão publicados na plataforma Tableau Public BIREME, descritos no Localizador de Informação em Saúde (LIS) da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS).
Mapas de Evidência
Tendo como principal referência a metodologia “Evidence Gap Map” da International Initiative for Impact Evaluation (3iE), a BIREME adaptou a metodologia “Mapa de Evidências” com a colaboração do Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa (CABSIn) e da Coordenação Nacional das Práticas Integrativas e Complementares de Saúde do Ministério da Saúde (CNPICS/MS).
A motivação surgiu em 2019, da necessidade de responder à pergunta: Existe evidência de efetividade clínica das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS)? Os primeiros mapas encomendados pelo Ministério da Saúde do Brasil foram desenvolvidos com a colaboração de um grupo de 40 pesquisadores das seguintes práticas: Yoga, Acupuntura, Auriculoterapia, Práticas Corporais Chinesas, Shantala, Meditação e Ozônioterapia Bucal. Estes mapas serviram como prova de conceito da metodologia e de grande aprendizado para todo o grupo envolvido.
Como consequência do aprimoramento da metodologia e do desenvolvimento de capacidades para aplicação da metodologia, grupos de trabalho iniciaram o desenvolvimento de novos mapas de evidências relacionados às PICS e a outras temáticas, como mortalidade materna, doença de chagas, eliminação do uso de combustíveis sólidos para cozinhar, leishmaniose visceral, má nutrição, hanseníase, acidente de motocicleta, sequelas da COVID-19 e outros.
Verônica Abdala, gerente de serviços e produção de fontes de informação da BIREME/OPAS/OMS, resumiu “os mapas de evidências contribuem para a redução da distância entre o conhecimento e prática em saúde uma vez que podem ser considerados uma ferramenta de tradução do conhecimento.”
Mapas de Evidência inseridos em projetos de cooperação técnica
Os primeiros mapas de evidências foram produzidos no contexto de projeto de cooperação com a CNPICS/MS que, para além dos mapas propriamente dito, viabilizou a adaptação da metodologia pela BIREME/OPAS/OMS. A partir desta iniciativa, a produção de outros mapas foi incluída em novos projetos de cooperação com o Ministério da Saúde do Brasil, com as seguintes áreas:
– Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN/SAPS), Mapa de Evidências Má Nutrição e Intervenções na APS
– Departamento de Ciência e Tecnologia (DECIT/SCTIE), Mapa de Evidências Sequelas da COVID-19 Pós-Aguda, e em desenvolvimento o Mapa de Evidência Avaliação de Políticas de Saúde.
– Projeto FIOCRUZ-VPGDI-014-FIO-20, com financiamento do Ministério da Saúde, 6 Mapas de Evidências em desenvolvimento sobre efetividade clínica da Ventosaterapia, Homeopatia, Aromaterapia, Apiterapia, Moxabustão e Plantas Medicinais Brasileiras.
O que é Mapa de Evidência?
Mapa de Evidência é uma metodologia de pesquisa que permite a sistematização e representação gráfica da evidência analisada em estudos de revisão em uma área ou subárea em relação ao efeito das intervenções analisadas para os desfechos de saúde.
A evidência é mapeada e aplicada em uma matriz de intervenções e desfechos, destacando graficamente as lacunas onde existem poucos ou nenhum estudo de revisão e onde há uma concentração de estudos. Mapa de evidência não é o mesmo que revisão sistemática, mas tem algumas características em comum.
Os mapas são desenvolvidos em quatro etapas: (1) Busca Bibliográfica e Seleção dos Estudos que serão incluídos no mapa de acordo com o escopo temático do mapa; (2) Caracterização dos Estudos para extração dos dados que serão associados e representados graficamente no mapa: intervenção, desfecho, efeito da intervenção, população e outros; (3) Avaliação da qualidade metodológica dos estudos para estabelecer o nível de confiança estabelecer o nível de confiança para a evidência reportada nas associações intervenção/desfecho/efeito; e (4) Processamento e publicação do Mapa – o mapa propriamente dito é resultado do processamento dos dados caracterizados e representados em uma planilha que gera a visualização gráfica da evidência mapeada relacionando as intervenções com os desfechos.
Para atender a tantos grupos interessados na metodologia de mapas de evidências, um curso de autoaprendizagem foi elaborado e publicado na plataforma UNA-SUS/FIOCRUZ. Este curso está sendo atualizado e em breve estará disponível em português, espanhol, inglês e francês no Campus Virtual de Saúde Pública (CVSP).