Boletim BIREME n. 79

Novo Laboratório de Inovação deve acelerar a transformação digital da BIREME

A humanidade atravessa uma nova revolução industrial decorrente da transformação digital em escala global. A BIREME, organização que possui como âmbito de atuação o desenvolvimento e operação de produtos e serviços de informação em saúde, possui como grande desafio institucional no biênio 2024-2025, implementar a transição para a Indústria da Informação 4.0. Nesse processo, a inovação desempenha um papel central para que os princípios da indústria 4.0 sejam aplicados aos produtos de informação desenvolvidos pela BIREME.

A nova estratégia da BIREME, que irá nortear o Plano de Trabalho Bianual do Centro no cumprimento de suas funções programáticas junto aos Estados-membros, busca facilitar o processo de inovação e a transição para a nova indústria de informação. O Laboratório de Inovação da BIREME tem desenvolvido suas atividades desde fevereiro de 2023 e já identificou eixos prioritários de inovação voltados aos produtos da BIREME.

A primeira área da BIREME selecionada para atualizar suas operações foi a base de dados bibliográficos LILACS, que reúne e disponibiliza referências de literatura científica e técnica em saúde de 26 países da América Latina e do Caribe com acesso livre e gratuito. Criada em 1985, a LILACS contém atualmente mais de um milhão de itens catalogados, dentre artigos publicados em periódicos com revisão por pares, teses e dissertações, documentos governamentais, anais de congressos e livros, que foram selecionados com base em critérios de qualidade e enviados por mais de 800 centros cooperantes da Rede LILACS. 

 

Cada item registrado passa por uma série de procedimentos de gestão e tratamento da informação para que, posteriormente, esta possa ser identificada, recuperada da base de dados e apresentada como resultado da pesquisa feita pelos usuários. A função de coleta da informação, ou harvesting, por exemplo, está relacionada à captura sistemática de dados de fontes diversas. Já o arquivamento envolve o registro dos dados coletados em um sistema, seguido de dois processos importantes: a indexação, que consiste em atribuir descritores de assunto aos documentos para facilitar sua recuperação posterior, e a curadoria, que avalia e corrige possíveis erros ou inconsistências nos dados. A interface de pesquisa é a camada que permite que usuários acessem e pesquisem a base de dados com palavras do título, resumo, autor, descritores de assunto, além dos filtros de refinamento de resultados. Por fim, a saída da pesquisa envolve a interação do usuário com os dados recuperados para visualização em gestores de referências ou sistemas de análise e visualização de dados.

Tais funções são essenciais para garantir a qualidade e a efetividade da gestão de informações em diferentes áreas, incluindo a saúde, e de forma específica, a tradução da informação em ação e prática de saúde – apoiando os tomadores de decisão com as melhores evidências científicas disponíveis. “Como a metodologia LILACS inclui a gestão e coordenação de uma grande base de dados, mantida e atualizada em rede, reconhecemos seu potencial para aplicação de soluções digitais focadas na automação e personalização de serviços”, explica João Paulo Souza, diretor de BIREME.

O Laboratório de Inovação da BIREME identificou como prioridades de desenvolvimento para a LILACS a automação da coleta e da indexação, bem como explorar soluções de inteligência artificial na pesquisa e produção de resultados por meio de linguagem natural.

 

Link de interesse

Conheça o Portal LILACS, disponível em: https://lilacs.bvsalud.org/

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